Crítica | Casa Gucci (2021)

O legado da grife de moda Gucci começou em Florença, na Itália, no ano de 1921. E apesar de sua moda e qualidade, ambos impecáveis, a família do criador não ficou fora de grandes escândalos. Nas décadas de 80 e 90, o neto Maurizio Gucci (Adam Driver) resolveu tocar os negócios do avô. No entanto, após muitos conflitos, a ex-esposa Patrizia Reggiani (Lady Gaga) participou de uma conspiração para matar Maurizio em 1995. O assassinato sujou o nome da família, gerando consequências imensuráveis para todos.

Afinal, o que poderia dar errado envolvendo muito dinheiro, poder e fama?

O filme todo é uma história bem caótica e que representa exatamente como seria viver dentro daquela família, com rixas, ciúmes, luxúria e problemas capitalistas – e como de costume envolvendo bebidas, carros e mulheres. Porém dessa com a adição das vestimentas Gucci. Talvez uma das coisas que mais incomode durante o filme é o sotaque italiano dos personagens quando falam em inglês, isso quase se encaixa como um estereótipo de Hollywood – a não ser pela explicação dentro do contexto do filme com viagens a todo o momento para Nova York e também fora da tela, como todo o trabalho para fazer os atores aprenderem Italiano o mais rápido possível.

Mas apesar desse pequeno problema deslocar o espectador do filme de vez em quando, outros aspectos da produção se sobressaem e começam a entregar toda a imersão necessária. A trilha sonora e caracterização dos personagens é tão bem feita e tão bem representada pelos atores que até depois do filme a curiosidade é aguçada para saber a história real na qual o longa foi inspirado. E se Adam Driver, Lady Gaga, Al Pacino e Jared Leto brilham sobre seus personagens é porque o figurino nem foi mencionado ainda. Com uma marca de roupas como a Gucci no título do filme, era de se esperar que os protagonistas tivessem uma representação bem apurada – e é estonteante a maneira como é feita misturando com músicas e cortes de cabelo da época.

Apesar de toda essa abundância, algo está um pouco fora do lugar. Como fica a verdadeira história de como a família Gucci perdeu o controle da empresa que ainda leva seu nome – e de como seu herdeiro, Maurizio Gucci, perdeu a vida nas balas de um assassino, talvez essa parte teve um pouco menos do foco que precisaria ter, quase superficial.

O diretor, Ridley Scott, fez um trabalho amplo e com uma habilidade impressionante. Com o elenco de peso, figurino praticamente impecável e uma trilha sonora correspondente, a imersão em Casa Gucci é certa.

Nota Final: 9.5

Este filme foi assistido à convite da Universal Pictures.

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