Crítica | 438 Dias (2019)

Na véspera de 28 de junho de 2011, os jornalistas suecos Martin Schibbye e Johan Persson colocaram tudo em risco ao cruzar ilegalmente a fronteira da Somália com a Etiópia. Eles queriam relatar como a busca implacável por petróleo afetou a população da região de Ogaden, isolada e cheia de conflitos. Cinco dias depois, eles estavam feridos na areia do deserto, baleados e capturados pelo exército etíope. Mas quando o relatório inicial os dá como mortos, outra história começa.

Com roteiro de Peter Birro, adaptado do livro de mesmo nome escrito pelos jornalistas que registraram os detalhes dos fatos reais, o filme de Ganslandt é a crônica meticulosa dos 438 dias de pesadelo de dois homens jogados no meio de uma guerra de mineração e interesses petrolíferos dos países ocidentais na África. Contudo, a trama também relata o nascimento de uma grande amizade e, como a liberdade de expressão e o papel da imprensa independente na reportagem sobre o abuso de poder em todos os cantos do mundo podem mudar muita coisa.

O filme consegue colocar o espectador dentro do ambiente e tempo que se passou muito bem, principalmente quando mostra a empresa sueca Lundin Oil, que atua no setor de mineração e petróleo na Rússia, Escandinávia, América do Sul e nas regiões africanas mais destruídas pela guerra, e que teve como membro o ex-ministro sueco Carl Bildt (Ministro das Relações Exteriores na época dos eventos narrados no filme).

O roteiro não tarda em demonstrar como Martin Schibbye e Johan Persson brincam com suas próprias vidas enquanto cruzam ilegalmente a fronteira entre a Somália e a Etiópia. Após meses de pesquisa, eles finalmente estão no caminho certo para relatar como a corrida do petróleo afetou a população de Ogaden, uma região isolada abalada pelo conflito. Depois de alguns dias, eles estavam feridos na areia do deserto, feridos e capturados pelo exército etíope. Eles estão apavorados.

“Eles vão nos matar”, diz Persson. Mal sabendo ele que aquilo era só o começo da história…

438 Dias pode ser devagar para quem espera um filme sobre prisão e política. Porém ele não aumenta os fatos nem exagera no drama. Afinal, os eventos já são dramáticos por si. Felizmente, os protagonistas conseguiram escapar para contar a sua história. Mas, outros não tiveram a mesma sorte – Por isso, esse é um filme importante para mostrar como os governos autoritários e interesses de grandes corporações não podem suprimam a liberdade de expressão.

Nota Final: 6.5

438 Dias, já pode ser adquirido para aluguel e compra no NOWLookeVivo PlayGoogle PlayMicrosoft e iTunes nas versões dublada ou legendada (com áudio original).

Esse filme foi assistido à convite da A2 Filmes

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