Crítica | Viúva Negra (2021)

O filme da Viúva Negra chegou com a promessa de ser a despedida em grande estilo de uma das agentes russas mais conhecidas dos últimos tempos. Natasha Romanoff, é entregue à KGB, que a prepara para se tornar sua agente suprema. Porém, o seu próprio governo tenta matá-la quando a União Soviética se desfaz.

Muito da opinião pública refletiu que o problema da trama parecer atrasada seria por causa do lançamento tardio do filme devido à pandemia, porém mesmo que tivesse sido lançado em sua data original, em maio de 2020, Viúva Negra ainda seria um filme deslocado no tempo. A Natasha Romanoff parecia a personagem perfeita para ser primeira personagem feminina a ganhar uma superprodução própria na fase atual dos super-heróis nos cinemas. Porém, o que deu tão errado?

Criada nos quadrinhos na década de 60, a espiã russa apareceu pela primeira vez nos cinemas em ‘Homem de Ferro 2’ (2010) e foi, ganhando mais destaque no Universo Cinematográfico Marvel. Por isso a nova produção da Marvel parecia estar empancada. Além de todo o atraso falado antes, o filme ainda sofreu para sair do papel. E aí somente depois que ela foi morta em Vingadores: Ultimato (2019) que seu filme solo foi anunciado, Oi?

Esse foi um dos fatores que influenciou bastante a impressão do público durante as duas horas de filme totalmente fora de tempo. E não porque ela está fora da ordem cronológica, se passando entre os eventos de Capitão América: Guerra Civil e Vingadores: Guerra Infinita. É estranho de se pensar que mesmo outros filmes como Homem-Formiga (2014) e Capitã Marvel (2019), cumprem o propósito de apresentar um novo herói ou de desenvolver um conceito que vai ser útil para o MCU como um todo. Mas nesse, já sabemos que ela morreu – então qualquer motivação ou luta parece fraca e sem impacto já que sabemos que o destino dela não vai se encerrar ali. Talvez uma ligação minimamente importante para o Universo da Marvel foi o fato de justificar por que Natasha apareceu loira e de colete em Vingadores: Guerra Infinita (2018) ou mostrar que ela teve um funeral após seu sacrifício em Ultimato.

Mas então uma trama que liga nada a lugar nenhum poderia ser divertida e ter cenas de luta incríveis correto?

O marketing do filme falou muito sobre a origem da personagem e a famosa Sala Vermelha, e como seu passado voltou para assombrá-la. Porém nada disso aparece solidamente no longa, no começo quando vamos vendo as cenas dela crescendo com uma versão épica de “Smells Like Teen Spirit” tocando no fundo – vai subindo aquele hype para saber e entender todo o sofrimento que a personagem enfrentou, como ela se tornou aquela agente durona – e novamente não temos nada!

O famoso Guardião Vermelho foi prometido como o alívio cômico do filme que teria um clima extremamente pesado, porém ele se parece com uma coletânea de piadas sobre comunismo e competição com o Capitão América. Já a mãe das garotas, Rachel Weisz, apesar de já ter conquistado um Oscar ainda sim trouxe uma atuação mediana, Melina Vostokoff tem bons propósitos mas não consegue se justificar – seja no plano de invadir a grande fortaleza do vilão ou de cuidar das filhas.

Talvez o grande trunfo do filme seja a passada de bastão para a irmã da protagonista, Florence Pugh é a maior surpresa do filme. Igualmente uma Viúva Negra, sua personagem pode dar continuidade ao legado de Natasha Romanoff no MCU, principalmente depois que a Valentina apareceu no final. Yelena ainda não parece uma heroína por causa dos seus valores e experiência, mas o potencial é nítido.

Então a despedida da tão épica e saudosa Viúva Negra fica com saldo negativo. Como uma aventura com sequências que seriam de tirar o fôlego se já não soubéssemos o futuro dela. E esse deveria ser um respiro no ar puro depois de dois anos sem um novo filme da Marvel – no fim foi bom reencontrar alguns personagens mas nem tanto descobrir outros novos.

OBS – Essa crítica foi dolorosa de fazer, pois aqui nessa página amamos a Scarlett Johansson como a Viúva Negra

Nota Final: 7.0

Ao nascer, a Viúva Negra, então conhecida como Natasha Romanoff, é entregue à KGB, que a prepara para se tornar sua agente suprema. Porém, o seu próprio governo tenta matá-la quando a União Soviética se desfaz.

Viúva Negra está disponível no Disney+.

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