Baseado no livro de R. J. Palacio, Pássaro Branco conecta-se ao universo de Extraordinário (2017), mas se destaca ao abordar uma temática mais densa, situada no contexto da Segunda Guerra Mundial. A transição de uma narrativa contemporânea para o drama histórico é realizada de forma impecável, transportando o público para um período repleto de dor e resistência.
A trajetória de Sara Blum (Ariella Glaser), uma jovem judia talentosa em artes, é retratada com sensibilidade. Suas experiências – desde o lar feliz até a invasão nazista e as difíceis provações que se seguem – trazem um tom de realismo e gravidade à história. A relação dela com Julien Beaumier (Orlando Schwerdt), marcada pela amizade, empatia e superação das barreiras do preconceito, ecoa as mensagens de esperança e humanidade presentes no trabalho anterior de Palacio.
A força do simbolismo
O elenco é um dos pilares que sustentam Pássaro Branco. Ariella Glaser e Orlando Schwerdt entregam performances originais, destacando a resiliência de seus personagens em um mundo despedaçado. Helen Mirren, como Nonna, conduz a narrativa com um bom peso dramático, tornando cada cena narrada um convite à reflexão. O filme utiliza o simbolismo de forma elegante, com o “pássaro branco” como metáfora para a liberdade, a inocência perdida e a esperança em tempos sombrios.
Para os fãs de dramas históricos como A Menina que Roubava Livros (2013), a atmosfera de Pássaro Branco é familiar, mas seu olhar único sobre a juventude durante a guerra o torna distinto.
É um filme que emociona profundamente, lembrando-nos da importância da empatia e das escolhas que fazemos, mesmo em meio ao caos.
Nota Final: 10.0