Ethan Hunt (Tom Cruise) é acompanhado nos acontecimentos que sucederam a missão dela ao lado da sua tripulação do FMI para impedir as consequências trágicas de uma Inteligência Artificial no sistema global de computadores. Tendo a certeza de que nossas vidas são definidas pela soma das nossas escolhas, Ethan continua sua busca pela entidade, mas acaba se deparando com grandes governantes poderosos ao redor do mundo…

Mas, é bom?

Esse é o derradeiro episódio da franquia, iniciada com Brian de Palma lá em 1996, baseada na série de sucesso dos anos 60. É impactante. Porque ao longo das décadas, Tom Cruise foi deixando de lado o estigma galã de Hollywood, e foi se tornando um dos astros mais respeitados de sua geração, com 4 indicações ao Oscar, infelizmente, nenhum prêmio, mas a certeza de que ele vive o que prega em cena.

Transforma a sétima arte não apenas na caixa de sonhos e histórias incríveis, mas na superação dos limites humanos para composição narrativa, mostrando que impossível para ele, e seu Ethan Hunt, é apenas questão de opinião.

E depois de ter enfrentado todos os tipos de ameaças humanas, biológicas e químicas, chegou a vez, como mostrado no episódio 7, da inteligência artificial. A entidade que viria destruir toda raça humana. E como isso poderia se encaixar num filme de ação e de espionagem?

Bem, foi o melhor que poderiam fazer, de tê-la como inimigo, analisando a realidade em si. Nesse estopim, que é decretado o fim. Em teoria não teria mais para onde ir. Arranjar algo que gerasse ameaça, pois a cada episódio, os limites foram gradativamente sendo construídos.

Mais história, e mais ação

Cruise vai se despedindo de alguns amigos importantes, vai revendo personagens do passado, e vai realizando ações que nos deixam em uma imersão profunda na tela grande, suspirando incrédulos que aquele senhor de 62 anos está fazendo pela sétima arte. Os vilões seguem o padrão do gênero, assim como a equipe de apoio, que servem de alavanca para o Ethan brilhar. Efeitos bem apresentados, trilha sonora coerente porém a ausência do tema nas cenas de ação poderia ser mais aproveitada. Não basta apenas que ele corra em terra, ele precisa provar suas habilidades na água, com treinamento extensivo visto na pré produção, e habilidades no ar. Um herói completo.

Agentes por aí?

O que nós faz refletir, talvez existam agentes especiais que nunca terão seus nomes revelados mas que são essenciais para a sobrevivência no planeta. Acordos extra tela entre o ator e a Warner o fizeram deixar a Paramount após longos anos de parceria e liberdade criativa. Talvez não seja um adeus da franquia. Apenas um até breve.

A direção de Christopher Mcquarrie é eficiente. Para o fã de cinema é um deleite. E quem nunca assistiu a nenhum episódio da franquia pode ir sem medo, a narrativa é didática, repete à exaustão o passo a passo de cada cena. Talvez o público ache algumas cenas mais longas do que o necessário, um certo preciosismo para demonstrar veracidade ao que está sendo exibido. Algumas falhas de sequência mas que não prejudicam o conjunto.

Não há segredo que ele não possa extrair, nenhuma segurança que ele não possa violar, nenhuma pessoa que ele não possa se tornar. Ele provavelmente já antecipou esta conversa e está esperando para atacar em qualquer direção que nos movamos. Senhor, Hunt é a manifestação viva do destino — e ele fez de você sua missão.”, e é esse o sentimento. A veracidade. O agradecimento que Spielberg o faz por “ter salvo o cinema” com Top Gun Maverick, em decorrência dos streamings diminuírem os espectadores naquele ano.

E o agradecimento nosso a Tom Cruise pela sensação de tal obra. A volta do cinema eloquente, transgressor, que faz suspirar, torcer, chorar. Pois com o amor ao que se faz, seja a missão dada que for, nada é impossível!

Nota Final: 9.0