Madame Teia é tão ruim assim?

Diogo Souza

4 de março de 2024

Madame Teia mostra a história de origem da personagem-título, interpretada por Dakota Johnson. Na trama, Cassandra Webb leva uma vida comum trabalhando como paramédica em Manhattan – até que, um dia, ela descobre que possui a habilidade de prever o futuro. Uma de suas visões acaba levando Cassandra até as jovens Julia Carpenter (Sydney Sweeney), Anya Corazon (Isabela Merced) e Mattie Franklin (Celeste O’Connor). Não demora até que as quatro entendam que, juntas, estão destinadas a algo muito poderoso.

Mas é tão ruim assim?

Tem algum conceito?

O roteiro de “Madame Teia” parece sofrer de inconsistências significativas em sua própria proposta. Ao evitar explicar elementos cruciais da trama, cria-se uma sensação de confusão, forçando o público a “se virar” para compreender a história. Como se fosse uma tentativa de manter um ar de mistério, mas acaba prejudicando basicamente tudo. Paradoxalmente, o filme também peca por explicar demais certos pontos de forma expositiva, principalmente através da personagem Cassandra, que verbaliza pensamentos e informações de maneira que pode parecer forçada ou desnecessária.

Um exemplo claro dessa desconexão é a repetição excessiva de cenas onde Cassandra vislumbra o futuro. Embora seja importante estabelecer as habilidades da personagem, a redundância dessas cenas dilui o impacto e subestima a capacidade do público de entender os conceitos apresentados. Quantas vezes vai precisar mostrar ela vendo o futuro gente?

Química?

Reprodução: Sony Pictures

Apesar das falhas no roteiro, o elenco de “Madame Teia” é o ponto bom do filme, e talvez nem assim consiga chamar tanta atenção porque faz questão de as apagar. As atrizes entregam performances comprometidas, criando o mínimo de química palpável diante de um roteiro superficial. Esse dinamismo entre as personagens sugere um potencial não totalmente explorado…

Desenvolvimento dos Personagens e do Vilão

O tratamento superficial dos personagens, especialmente das protagonistas, dificulta que o público, não familiarizado com as HQs, compreenda suas histórias e motivações. Isso é ainda mais evidente na construção do vilão, que é apresentado de forma genérica e com motivações e tecnologias pouco exploradas, especialmente considerando a ambientação nos anos 90/início dos anos 2000 com uma computação extremamente inexplicável. A falta de uma ameaça crível e a fácil superação dos desafios por Cassandra diminui completamente a tensão narrativa.

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Tem algum conceito?

O roteiro de “Madame Teia” parece sofrer de inconsistências significativas em sua própria proposta. Ao evitar explicar elementos cruciais da trama, cria-se uma sensação de confusão, forçando o público a “se virar” para compreender a história. Como se fosse uma tentativa de manter um ar de mistério, mas acaba prejudicando basicamente tudo. Paradoxalmente, o filme também peca por explicar demais certos pontos de forma expositiva, principalmente através da personagem Cassandra, que verbaliza pensamentos e informações de maneira que pode parecer forçada ou desnecessária.

A experiência de entretenimento é subjetiva e, neste caso, há quem vá realmente assistir para se distrair. A ação, embora por vezes sem sentido, é um aspecto divertido do filme, possivelmente capaz de entreter e engajar o público.

Nota Final: 4.0

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