Sob as Escadas de Paris já começa bem quando sabemos que trata-se da vencedora de dois César (dentre 10 indicações) e estrela de sucessos como O Reencontro (2017).
Por muitos anos, Christine viveu sob uma ponte em Paris, isolada de toda sua família e de seus amigos. Em uma noite, como nos contos de fadas, um menino de 8 anos surge em seu abrigo. Suli não fala francês, está perdido e separado da mãe. Juntos, Christine e o menino partem em busca dos pais dele. Pelas ruas de Paris, os dois se conhecem e ficam muito próximos. E Christine acaba encontrando em si uma humanidade que ela pensava ter desaparecido.
Mas é bom?
É perceptível o cuidado do filme com os detalhes é bem estruturado. Há poucos diálogos em relação ao que precisa ser observado de fato durante as cenas, mas isso é o que torna a história entre os dois mais intensa e verdadeira – na verdade isso é uma coisa que cada vez mais se torna o diferencial de séries e filmes europeus, assim como o sucesso da Netflix, Dark (2017-2020) trabalhou calmamente todos os detalhes. O longa vai se desenrolando pelas ações que um faz pelo outro mesmo sem que palavras sejam proferidas, visto a barreira do idioma. O sentimento de precisar estar ali e fortalecer, mesmo tendo pouco a oferecer.
A atuação também é outro aspecto que define bem o clima, por causa das expressões e sensações que a personagem vive, ficam muito próximas a quem assiste, principalmente com o uso certeiro da fotografia.
E talvez o momento que “bata mais forte”, é quando uma virada na trama nos faz olhar com intensidade para algo que passamos a vida ignorando, algo que desviamos o olhar – por isso ele deixa a reflexão sobre como os objetivos principais dos indivíduos da sociedade atual giram em torno do sucesso profissional, acadêmico e financeiro. Porém isso não é o principal definidor de alguém como pessoa!!
Dessa forma, o que é ter um legado relevante? Estamos fazendo a diferença para alguém efetivamente?
Nota Final: 8.0