Crítica | Pânico (2022)

Diogo Souza

21 de janeiro de 2022

Vinte e cinco anos após uma série de crimes brutais chocar a tranquila Woodsboro, um novo assassino se apropria da máscara de Ghostface e começa a perseguir um grupo de adolescentes para trazer à tona segredos do passado mortal da cidade.

Mas é bom?

O maior desafio desse retorno da franquia era de fazer uma continuação que fizesse jus a qualidade autoconsciente e irônica de todos os outros filmes sem se desviar muito e parecer meia-bomba. Nem todas as sequências de Pânico alcançaram esse equilíbrio, principalmente depois do terceiro filme. O novo longa, parece ter entendido essa mensagem dos fãs – inclusive põe isso na tela em forma de metalinguagem consciente voltando ao básico que, a princípio, fazer você pensar que é apenas mais um reboot. Como quando começa com o ataque da garota (Tara Carpenter -Jenna Ortega) presa em casa falando ao telefone sobre filmes de terror com um psicopata, ou seriam 2??

O ataque a Tara provoca a vinda de sua irmã mais velha, Sam (Melissa Barrera), que junto com seu namorado, Richie (Jack Quaid), retorna à cidade de Woodsboro e não tardamos para entender que a maioria dos amigos dela tem alguma conexão com os adolescentes do Pânico original estreitando ainda mais os laços e escancarando o filme como uma continuação/remake assim como a própria personagem diz:


”Todos vivendo uma requel!”

Várias autorreferências podem ser notadas, mas as que se destacam são sobre filmes mais recentes como a volta da franquia Halloween(2018), Hereditário(2018) e os melhores de Jordan Peele como Nós(2019) e Corra(2017). Porém talvez um dos problemas que mais incomode o público sem que ele perceba exatamente, é a falta de cuidado com os personagens novos – muitos são totalmente descartáveis assim como deveriam ser num filme do gênero. Porém em Pânico(1996) existia um certo círculo onde o espectador conseguia se importar e ficar tenso caso algo acontecesse com eles fazendo as mortes (ou quase-mortes) se tornarem no mínimo interessantes. E apesar do ponto positivo da diversidade do elenco, todos parecem variantes um do outro.

Definitivamente um dos pontos que mais agrega nessa requel é quando os diretores Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett, estão mais interessados, em não montar sustos:

Uma cena que tem alguém abrindo portas do armário e da geladeira repetidamente, enquanto o assassino aparece de surpresa. Subvertendo a regra principal do primeiro filme da franquia:
”Você pode vender qualquer coisa para nós, desde que seja assustador.”

No final, Pânico(2022) é válido como terror mesmo que você não se interesse ou conheça o mundo do suspense e/ou os longas anteriores, que tem uma pegada satírica quebrando vários paradigmas sobre o gênero, como cenas clichês e mortes previsíveis.

Nota Final: 8.0

Pânico já está disponível nos cinemas brasileiros.

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