O padre Gabriele Amorth, exorcista do Vaticano, luta contra Satanás e demônios possuidores de inocentes. Um retrato detalhado de um padre que realizou mais de 100 mil exorcismos em sua vida.
Mas é bom?
O Exorcista do Papa é um filme que surpreende o espectador desde o início ao subverter o gênero de exorcismo e apresentar o padre Gabriele Amorth (Russell Crowe) com dúvidas sobre a realidade dos demônios. Ele questiona por que os demônios escolheriam possuir um jovem pobre de fazenda, em vez de alguém que realmente influencia a sociedade.
Essa abordagem já diferencia o filme de outras adaptações do gênero, que tendem a cair no clichê.
Assim, vamos ao segundo ponto separador desse longa. Ele aborda um tema importante que é pouco explorado em filmes de exorcismo:
- A possibilidade de que algumas possessões sejam, na verdade, distúrbios mentais…
O filme não tenta impor uma posição sobre isso, mas sim sugere a ideia para o espectador pensar por si próprio se aquilo é certo ou errado. Uma abordagem sutil e reflexiva!
Embora a trama comece com a típica família problemática, com uma adolescente irritante, o filme não se prende à isso por muito tempo. A atriz Laurel Marsden faz um bom trabalho ao interpretar a jovem, mesmo que o roteiro não exija muito dela no início. Felizmente, o filme rapidamente se distancia, construindo um mistério crescente e uma tensão cada vez maior.
A atuação de Russell Crowe como padre Gabriele Amorth é coerente, especialmente considerando que o ator havia dito anteriormente que não faria nenhum filme de terror. O diretor Julius Avery consegue aproveitar os momentos de silêncio e agitação para criar a tensão necessária e criar uma atmosfera envolvente que aumenta a imersão do espectador.
Outra característica é a capacidade do padre de ser engraçado em alguns momentos, sem deixar o filme cair na galhofa. Isso se deve em parte à atuação de Russell Crowe, que consegue equilibrar bem o protagonismo.
O ator mirim que interpreta o possuído também merece destaque pela sua atuação natural e convincente. Em muitos momentos, é fácil esquecer que ele é uma criança quando alterna entre o papel de criança e o de demônio.
No final, O Exorcista do Papa tem um roteiro habilmente construído para criar um mistério/tensão crescente, culminando em um terceiro ato grandioso e justo com o que foi desenvolvido anteriormente.
Ao final da sessão, fica o gostinho de como seria interessante ver mais histórias desse padre e até mesmo pré-sequências que explorem subtramas apresentadas no filme.
Nota Final: 9.0