Crítica | O Exorcista do Papa (2023)

Diogo Souza

13 de abril de 2023

O padre Gabriele Amorth, exorcista do Vaticano, luta contra Satanás e demônios possuidores de inocentes. Um retrato detalhado de um padre que realizou mais de 100 mil exorcismos em sua vida.

Mas é bom?

O Exorcista do Papa é um filme que surpreende o espectador desde o início ao subverter o gênero de exorcismo e apresentar o padre Gabriele Amorth (Russell Crowe) com dúvidas sobre a realidade dos demônios. Ele questiona por que os demônios escolheriam possuir um jovem pobre de fazenda, em vez de alguém que realmente influencia a sociedade.

Essa abordagem já diferencia o filme de outras adaptações do gênero, que tendem a cair no clichê.

o-exorcista-do-papa-russel-crowe

Assim, vamos ao segundo ponto separador desse longa. Ele aborda um tema importante que é pouco explorado em filmes de exorcismo:

  • A possibilidade de que algumas possessões sejam, na verdade, distúrbios mentais…

O filme não tenta impor uma posição sobre isso, mas sim sugere a ideia para o espectador pensar por si próprio se aquilo é certo ou errado. Uma abordagem sutil e reflexiva!

o-exorcista-do-papa-laurel-marsden

Embora a trama comece com a típica família problemática, com uma adolescente irritante, o filme não se prende à isso por muito tempo. A atriz Laurel Marsden faz um bom trabalho ao interpretar a jovem, mesmo que o roteiro não exija muito dela no início. Felizmente, o filme rapidamente se distancia, construindo um mistério crescente e uma tensão cada vez maior.

A atuação de Russell Crowe como padre Gabriele Amorth é coerente, especialmente considerando que o ator havia dito anteriormente que não faria nenhum filme de terror. O diretor Julius Avery consegue aproveitar os momentos de silêncio e agitação para criar a tensão necessária e criar uma atmosfera envolvente que aumenta a imersão do espectador.

Outra característica é a capacidade do padre de ser engraçado em alguns momentos, sem deixar o filme cair na galhofa. Isso se deve em parte à atuação de Russell Crowe, que consegue equilibrar bem o protagonismo.

o-exorcista-do-papa-ator-mirim

O ator mirim que interpreta o possuído também merece destaque pela sua atuação natural e convincente. Em muitos momentos, é fácil esquecer que ele é uma criança quando alterna entre o papel de criança e o de demônio.

No final, O Exorcista do Papa tem um roteiro habilmente construído para criar um mistério/tensão crescente, culminando em um terceiro ato grandioso e justo com o que foi desenvolvido anteriormente.

Ao final da sessão, fica o gostinho de como seria interessante ver mais histórias desse padre e até mesmo pré-sequências que explorem subtramas apresentadas no filme.

Nota Final: 9.0

_____________

Compartilhe:

Tags:

Veja mais...