Crítica | Batem À Porta (2023)

Diogo Souza

2 de fevereiro de 2023

Batem à porta é o novo longa do aclamado diretor M. Night Shyamalan, estrelado por Dave Bautista, Jonathan Groff, Bem Aldridge, Nikki Amuka-Bird, Kristen Cui, Abby Quinn e Rupert Grint.

O filme conta a história de uma família que é feita de refém por quatro estranhos armados. A jovem e seus pais precisam fazer uma escolha impensável para evitar o apocalipse, enquanto estão com acesso limitado ao mundo exterior.

Mas é bom??

O que será que está acontecendo com o diretor M. Night Shyamalan, porque a partir do momento que o filme é apresentado como uma nova obra do diretor que fez clássicos da cultura Nerd e Pop como “Corpo Fechado (2000), O Sexto Sentido (1999) e Fragmentado (2016)”. Vamos as telonas com a expectativa bem alta para um Plot Twist daqueles, o que não acontece realmente no novo filme do diretor!!

A reviravolta desse último filme dele vem no começo, não no final, e isso claro não seria um problema tão grande – a não ser que você seja um diretor exclusivamente conhecido por finais surpreendentes e seu público esteja acostumado à isso.

batem-a-porta-filme-cena

Porém ainda existem algumas partes que apesar de parecer defeitos de produção, na verdade são acertos propositais bem interessantes, como a ação amplamente confinada a apenas um local durante maior parte da história – isso dá uma sensação de desconforto enorme que quer ser passada ao espectador, e para quem tem claustrofóbia, cuidado. Para isso funcionar, é necessário que artistas tragam vida para o material. Ninguém carrega esse peso mais do que Dave Bautista, que tem que vender simplesmente as loucuras das crenças de Leonard.

E isso acaba se tornando o verdadeiro terror do longa, a poderosa convicção dele o tornam assustador, de uma maneira que o tamanho físico do Dave Bautista nem importa mais. E o aspecto mais arrepiante sobre Leonard não é que ele possa machucar alguém. É que ele pode estar certo.

batem-a-porta-familia-filme

Mesmo que pareça um filme distante do que Shyamalan está acostumado, não é, porque podemos notar ele revisitando o tema da crise de fé que alimentou sua onda inicial de sucesso com filmes como O Sexto Sentido e Sinais.

Os personagens dizem coisas que claramente seria melhor guardarem para si mesmos. As respostas são dadas onde as perguntas seriam melhores. Porém alguns dos detalhes são simplesmente sem sentido nenhum, é como se a trama tivesse tudo para ser hipnotizante, mas os tiques do diretor como escritor jogassem isso por água a baixo, como em outros fracassos dele – A Dama na Água (2006) que o diga.

O intrigante de Batem Á Porta, é que ele pode ser fascinante ou não dependendo de quem assiste. E por mais desigual seja, esse é um trabalho mais completo do que o filme Tempo (2021), não sabíamos de onde o roteiro estava vindo e nem para onde queria ir.

Nota Final: 8.0

Esse filme foi assistido à convite da Universal Pictures.

_____________

Compartilhe:

Tags:

Veja mais...