Imagine ter 16 anos e testemunhar sua mãe sendo baleada pelas tropas invasoras alemãs. Esse trauma pode levar à inúmeras consequências – e o Artūrs, decide se alistar nos batalhões de fuzileiros da Letônia do Exército Imperial Russo, na esperança de se vingar e encontrar a glória. Mas é bom?
É de se pensar que o filme será um drama politizado bem forte com essa sinopse já mostrando o peso da trama. Então aos 16 anos, Arturs Vanags presencia a morte de sua mãe pelos soldados alemães – mesmo abaixo da idade mínima, ele se alista no exército da Letônia, com seu pai e seu irmão mais velho jurando vingança pelo acontecimento. Logo o filme foca acertadamente na inexperiência do garoto, que é incapaz ainda de matar seus inimigos – portanto não teremos cenas de batalha épicas, mas que serão cercadas de emoção e “inocência”, fazendo o espectador rapidamente se envolver com a história. A câmera está sempre apertada em corredores estreitos ou em closes próximos quando em campo aberto – fazendo parecer que tudo é muito maior do que realmente é, a trilha sonora é digna e bem encaixada.
O roteiro não tarda ao mostrar toda a jornada extrema dele, tendo que amadurecer rapidamente em meio à tantas perdas e ferimentos graves. E perto do final, é difícil entender contra quem o jovem está lutando – justamente a mensagem que o filme quer passar durante seus 104 minutos bem aproveitados.
Todo o filme é um olhar diferenciado para a primeira guerra mundial e talvez para todas que vieram antes e depois dela – tanto é que o longa vai concorrer ao oscar de melhor filme estrangeiro em 2021. Afinal, para que se lutar tanto e perder tanto por objetivos vazios?
Nota Final: 8.0
Trailer e sinopse
Um jovem de 16 anos decide se alistar nos batalhões de fuzileiros da Letônia do Exército Imperial Russo depois de testemunhar a mãe sendo baleada por tropas invasoras alemãs. Sua vida passa a ser lutar em tempos de guerra.