M3GAN é uma maravilha da inteligência artificial, uma boneca realista programada para ser a maior companheira de uma criança e a maior aliada dos pais. Projetado pela brilhante empresa de robótica Gemma (Allison Williams, de Corra!), M3GAN pode ouvir, assistir e aprender enquanto se torna amiga e professora, companheira de brincadeiras e protetora da criança a quem está ligada.
Quando Gemma de repente se torna a cuidadora de sua sobrinha órfã de 8 anos, Cady (Violet McGraw, A Maldição da Residência Hill), Gemma fica insegura e despreparada para ser mãe. Sob intensa pressão no trabalho, Gemma decide emparelhar seu protótipo M3GAN com Cady na tentativa de resolver os dois problemas – uma decisão que terá consequências inimagináveis.
O longa chegou nos cinemas brasileiros, e muitos se perguntam porque o Chucky da nova geração está fazendo tanto barulho nas bilheterias. Fato é que bonecos assassinos com Inteligência Artificial já existiram antes, inclusive o próprio Chucky no seu reboot, porém só M3GAN brilhou nesse quesito.
Isso porque o longa chega como um produto original, utilizando o terror que abala as pessoas de forma atual. Como é o caso do avanço das IA’s nos últimos anos, e o medo que a maioria tem de perder o emprego para elas – assim como Hora do Pesadelo, Sexta-Feira 13 e Halloween abusavam dos medos da sua época.
A partir daí os nós da trama vão se desenvolvendo com cuidado, sempre no limiar do Terror e Humor – se equilibrando numa corda que não ousa em pender muito para um lado nem para outro. O Alívio cômico é medido sem parecer forçado, assim como o terror. Ele assusta pela bizarrice e estranheza – mas não como um clássico original faria de horror por puro horror, como a boneca Annabelle faz. É mais como se fosse um episódio alongado de Black Mirror, e que agora vai virar franquia!
Essa capacidade narrativa do filme de parecer algo original enquanto reinventa o gênero sem muitas complexidades prende o público do começo ao fim em seus 102 minutos. No final, M3GAN possui a quantidade correta de cada ingrediente para fazer um terror/ficção científica funcionar – ainda sobrando espaço para alfinetar o consumismo exagerado somado do uso desenfreado da tecnologia e sem supervisão por parte das crianças.
Nota Final: 9.0
Esse filme foi assistido à convite da Universal Pictures.