Crítica | Venom: Tempo de Carnificina (2021)

Diogo Souza

7 de outubro de 2021

O relacionamento entre Eddie e Venom está evoluindo. Buscando a melhor forma de lidar com a inevitável simbiose, esse dois lados descobrem como viver juntos e, de alguma forma, se tornarem melhores juntos do que separados. Mas será que realmente conseguem?

Venom: Tempo de Carnificina começa com o Eddie Brock tentando se redimir pelos erros que cometeu no primeiro filme, arruinando seu casamento e sua reputação profissional. Ele começa pedindo por uma chance em vários jornais da cidade de São Francisco, mas para isso acontecer, é necessário o furo de reportagem que mude à sua vida.

No prelúdio do filme é possível perceber mais um pouco sobre a Shriek, personagem tratada como F. B ou Francis
Barrison no longa – nos quadrinhos da Marvel ela tem mutações que tornam o grito dela extremamente perturbador
e doloso para quem ouve, não por acaso o roteiro usa explicitamente em algumas parte exatamente a palavra “Mutações” que dá bastante à entender que ela é uma mutante.

X-MEN vindo por aí?

Por enquanto não podemos especular muito sobre, até porque a origem da F. B não foi profundamente trabalhada
durante o longa, o que não é um erro do roteiro – já que o foco está destacado no título. Enquanto o filme vai caminhando para o desenvolvimento dos personagens novos e mais a fundo nos antigos, é possível perceber desabrochando uma estranha relação entre Cletus Kasady e Eddie Brock – e é a partir desse momento que vão acontecendo as viradas do filme, quando o público consegue identificar a motivação do vilão e acreditar nos recursos que ele vai usar, mesmo se tratando de um serial killer tão perigoso quanto o Kasady.

Muito foi comentado sobre como os alívios cômicos funcionariam ou não dentro das 2 horas de filme, e de fato funcionam – uma forçada aqui ou ali acontecem inevitavelmente assim como em outros filmes da Marvel. Porém, isso não se torna um problema quando os espectadores vão percebendo o amadurecimento dessa simbiose quase perfeita, ao ponto do Venom demonstrar sentir falta do Eddie em alguns momentos.

Para os fãs dos quadrinhos do Venom que conhecem a origem dele e de outros vilões como o Carnificina, a sequência é simplesmente um presente cheio de referências e precisão, visto que a forma como o Carnage nasce é bem similar as histórias originais. É interessante observar como a Shriek é exatamente o inverso do seu par romântico distorcido, e que de fato nas HQ’s, ela foi criada pelo roteirista Tom DeFalco, em colaboração com o ilustrador Ron Lim, para o Cletus Kasady, pois eles precisavam de uma parceira igualmente desequilibrada.

Venom: Tempo de Carnificina é ótimo para os fãs dos quadrinhos, e igualmente equilibrado para aqueles que não acompanham com tanto fervor. Mas sobretudo, é um longa que não deixa o roteiro esfriar em momento algum e capricha na ação prometida nos trailers – deixando o espectador apreensivo à todo momento querendo descobrir o que vai acontecer a cada minuto. O filme passa com a nota quase perfeita a não ser pela pressa em desenvolver alguns dos personagens e não mostrar algumas coisas devido à classificação indicativa. Porque o que você acha que aconteceria dentes daquele tamanho mordessem alguém?

Nota Final: 9.5

Esse filme foi assistido à convite da Sony Pictures.

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